Bicho papão
Marcos Antônio*
Antigamente a cama escondia
Uma assustadora assombração
Aquilo que eu mais temia
Chamavam de bicho papão
Sempre fui ensinado a temer
Esse bicho tão apavorante
Eu nunca-o pude ver
Será só pra causar espante?
Espante? foi quando do quarto saí
Eu enfim pude enxergar
Que o que contaram pra mim
Meio às ruas estava a vagar
A mais apavorante imagem
Que eu logo pude observar
"Jovem negro apanha como selvagem"
Por liberdade a negritude proclamar
Por expôr seu grito de paz
Os policiais se revoltaram
Pagaram o pobre rapaz
E logo o-espancaram
Bicho papão mesmo era ver
"Homossexual é morto a facadas"
Sem uma palavra dizer
"Indígena morto a pauladas"
Enquanto suas terras, só queria defender
Então entro em casa para relaxar
Então logo ligo a tv
Sabe o que estão a noticiar ?
"Favelado morto a tiros
Enquanto guarda-chuva estava a portar "
Mais que coincidência
Ou será que talvez não ?
Será mais uma incidência
Por não ser burguês então
-Então pra concluir
Vamos acordar a sociedade
O alto grito vamos expandir
Clamar por paz e liberdade
Tanto pra você,como pra mim
*Marcos Antônio Sabino Ferreira, Natural da cidade de Massapê, acadêmico de Ciências Sociais pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, o poeta que com facilidade transpassa em versos a realidade presente do seu dia-a-dia.
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