20/04/2023

LÚCIA OLIVEIRA: Desmemoriamento


Deixarei lentamente de ver nos seus olhos as coisas mirabolantes que antes eram imaginadas, que criará no coração,utópico quando prometera o que não  se pode cumprir.  Deixarei de ver como o antes e o depois podem sim ser as mesmices se permitirmos a ilusão que nada mudou. Deixarei de ter conhecido naquela manhã de um dia qualquer da semana, talvez fosse o melhor dia como também o pior. Depois disso nunca mais fomos os mesmos.  

Deixarei  de ser assombrada  pelo passado de ilusão que ficou perdido lá atrás, os dias têm sido vistos com  um dia de sol pelos outros , mas carregava consigo apenas tempestades não resolvidas. Se camuflar de algo dessa maneira era inevitável, realmente do seu lado alguém que não  lhe encerraria, alguém que só pensou em si próprio e ainda assim o deixa presa ... as piores prisões  já  vistas são  aquelas  sem muro  e com julgamento.  Pois, se o amor é  uma prisão, prefiro esquecer que um dia já  me esbarrei com ele. Permitirei a deslembrança para esvaziar o sobrepeso que coloca-te em minha vida , a " ausência " de alguém presente na maioria das vezes  só  prejudica, o vazio de um lugar onde pessoas que habitam são  tão  secas  como folhas. Que ficam entulhadas em calçadas  abandonadas. 

Guardarei apenas coisas que passaram bem rápidas , essas têm sentimentos   inexplicável.  Deixarei apressadamente aquele sentimento que talvez sinto por alguém que só  vi uma vez , melhor não  criar expectativa por algo que não lhe cabe.  Sentimentos são trocas só dê o que recebe . Se recebe olhares, apenas olhe , se for o silêncio faça o mesmo.E por  fim lhe ressalto, lembre-se  dela  sempre que ver as  borboletas  pairando pelos jardins.

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Lúcia Oliveira, acadêmica de pedagogia, tem 28 anos e reside em Sobral-CE. Gosta de apreciar livros e fazer manuscritos literários em horas vagas.

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