Eu, como alguém que possui proximidade com pessoas do campo da esquerda, uma hora ou outra escuto o seguinte questionamento: “como conversar com bolsonaristas?”. Evidentemente que o questionamento se deve, em grande parte, por conta da proximidade das eleições.
É fato que, bem antes do Bolsonarismo surgir enquanto força polÃtica nos moldes atuais, a esquerda já vivenciava um “preciosismo”, onde os próprios esquerdistas acusavam uns aos outros, em suas disputas internas, de não serem de esquerda.
Caso você não siga todos os pontos da “cartilha” (metáfora que eu criei), você é logo apontado como fascista, nazista, bolsonarista (de 2014 pra cá), homofóbico, racista, machista, misógino, redpill, Incel, e por aà vai.
Rótulos não faltam.
O Bolsonarismo, por sua vez, segue com a mesma receita de 2014:
apelar para as questões morais;
acusar o PT de corrupção;
denunciar a “ideologia de gênero”.
Cada campo segue com seu modus operandi.
A esquerda, em tese, deseja se aproximar do trabalhador, mas, muitos dos seus segmentos seguem com essa lógica excludente, enquanto que, a direita, passa longe de tocar nos problemas de necessidade imediata da população e continua batendo nas mesmas velhas teclas.
Um acontecimento que me inquietou e tornou mais claro que nenhum desses lados detém o monopólio da verdade foi a operação nos complexos da Penha e do Alemão.
A direita comemorou a operação e o número de mortes.
A esquerda lamentou, falou em “genocÃdio da população negra” e põe a ausência do Estado como culpado pela situação atual do crime organizado.
Segundo a AtlasIntel, 87,6% dos moradores das favelas cariocas aprovam a operação.
O que poucos percebem é que essas operações, por mais necessárias que sejam para aquele momento, são utilizadas como marketing polÃtico. O Estado resolve de forma paliativa, o problema volta a crescer aos poucos e, daqui a uns tempos, uma nova operação será feita (para servir como marketing polÃtico).
Essa é uma visão que poderia ser adotada por ambos os lados, mas a esquerda insiste em rotular de “fascista” quem defende a operação e a direita insiste em rotular de “defensor de bandido” quem aponta que a operação é jogada de marketing polÃtico.
Um meme que me chamou a atenção:
O texto foi publicado a pedido do autor, que prefere manter o anonimato

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