O filósofo russo Alexander Dugin voltou a expressar publicamente sua visão geopolítica ao responder, no X, uma publicação da ativista ucraniana Olena Halushka, que mencionava regiões como Kherson, Donetsk, Luhansk, Mariupol e Crimeia como partes incontestáveis da Ucrânia. Dugin respondeu com a frase “Ucrânia é da Rússia”, reafirmando um dos pilares centrais de seu pensamento: a negação da soberania ucraniana e a defesa da reconstrução de um espaço civilizacional russo ampliado.
Considerado um dos mais influentes intelectuais da Rússia contemporânea, Dugin é formulador do eurasianismo, corrente que propõe uma ordem multipolar baseada em valores tradicionais e numa oposição explícita ao liberalismo ocidental. Desde os anos 1990, especialmente com sua obra Fundamentos de Geopolítica, ele define a Ucrânia como um elemento geopolítico adversário à segurança de Moscou — uma posição que ganhou força após 2014, quando apoiou abertamente a anexação da Crimeia e difundiu o conceito de “Nova Rússia”.
A relevância de Dugin no debate internacional levou governos como Estados Unidos, Reino Unido e Japão a sancioná-lo por seu apoio às ações russas no território ucraniano. Ainda assim, sua influência intelectual permanece significativa, tanto no campo da política externa russa quanto no imaginário de movimentos tradicionais ao redor do mundo. A postagem desta semana sintetiza, em uma frase, o núcleo de sua visão geopolítica construída ao longo de quase três décadas.


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