O Instituto Dr. José Frota (IJF), referência em urgência e trauma em Fortaleza, está com 730 pacientes internados, a maioria vítimas de acidentes com motos. Esse número corresponde a quase toda a capacidade da unidade, agravando a situação dos hospitais públicos que precisam priorizar as cirurgias emergenciais em detrimento das eletivas. A cada dia, mais motociclistas circulam nas ruas, especialmente trabalhadores de aplicativos, o que mantém o número de acidentes elevado.
A superlotação do IJF não é apenas uma questão de falta de leitos, mas revela o descaso com a segurança no trabalho e a ausência de políticas públicas preventivas. Para atuar em plataformas como Uber, 99 e iFood, basta apresentar habilitação e dados do veículo, sem necessidade de cursos de direção defensiva ou formação cidadã. Esse modelo transfere para o sistema público de saúde o custo altíssimo do atendimento e tratamento das vítimas, ao mesmo tempo em que empurra trabalhadores para uma rotina marcada por risco extremo e, muitas vezes, sequelas permanentes.
O crescimento desse tipo de acidente expõe a omissão do Estado na regulação dessas plataformas e no fortalecimento de políticas de prevenção no trânsito. Enquanto isso, os hospitais públicos seguem abarrotados e os cofres públicos arcam com as consequências de um modelo econômico que transforma vidas em estatísticas de internação e invalidez.
(Com informações Blog do Roberto Moreira)
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