O Brasil tem enfrentado um crescimento alarmante na presença de jogos de azar e prostituição nas redes sociais e sites. A cada dia, novas plataformas de apostas esportivas surgem, oferecendo "oportunidades" que podem levar ao vício em jogos de azar. A indústria de apostas esportivas tem se tornado um negócio aquecido no país, com um crescimento de 360% entre 2020 e 2022, segundo a Datahub. O Brasil lidera esse ranking de acesso, com mais de 14 bilhões de registros nos últimos anos.
Além das apostas, a prostituição também tem se proliferado na era digital. De acordo com Ana Caroline Pinheiro Ribeiro, Pedro Pereira Borges e Heitor Romero Marques, em seu estudo "A Romantização da Prostituição na Era Digital", há uma glamorização desse fenômeno nas plataformas online. Um exemplo claro é o caso da plataforma Fatal Model, que se tornou a maior patrocinadora de clubes do Campeonato Mineiro e de outros oito clubes brasileiros, demonstrando como a prostituição está infiltrada no esporte nacional.
Esse avanço dessas práticas problemáticas é uma prova cabal de que o progressismo liberal capitalista está em decadência. As pessoas estão sendo usadas como objetos, e a humanidade está sendo levada ao adoecimento através dos vícios em jogos, pornografia e prostituição. É a legalização do errado, transformando o Brasil num gigantesco cassino, sem que se veja uma posição séria de nenhum dos polos políticos do país para controlar isso.
O que realmente importa para os responsáveis é o dinheiro e os números econômicos, enquanto a saúde mental e emocional da população é negligenciada. Essa falta de controle e a promoção dessas práticas nocivas estão prejudicando a sociedade brasileira de forma profunda e duradoura. É necessário um debate sério e ações concretas para regular essas indústrias e proteger a população dos perigos associados a esses vícios.
A proliferação de jogos de azar e prostituição nas plataformas digitais no Brasil não apenas ameaça a saúde econômica dos indivíduos, mas também tem implicações profundas no bem-estar psíquico e sociofamiliar dos afetados. Conforme o estudo "Jogos de Azar: Análise do Impacto Psíquico e Socio-Familiar do Jogo Patológico a partir das Vivências do Jogador", realizado por Sálua Omais e publicado pela Juruá Editora, os jogadores patológicos enfrentam sérios problemas emocionais e de relacionamento. As apostas compulsivas não afetam apenas o jogador, mas também seus familiares, que sofrem com o estresse e a deterioração das relações interpessoais. A pesquisa detalha que o vício em jogos de azar pode levar a um ciclo vicioso de perda de controle, afetando negativamente todas as esferas da vida dos jogadores.
Recentemente, o governo brasileiro definiu novas regras para jogos de aposta online, incluindo a possível autorização do popular "Tigrinho". De acordo com uma reportagem da CNN Brasil, a regulamentação visa controlar o mercado crescente de apostas online, mas também levanta questões sobre a eficácia dessas medidas em proteger os cidadãos dos perigos associados ao jogo patológico. As novas regras buscam um equilíbrio entre a geração de receita e a proteção dos indivíduos, mas críticos argumentam que a legalização pode apenas incentivar mais pessoas a se envolverem em apostas, aumentando o número de casos de vício e suas consequências negativas.
A prostituição na era digital também apresenta riscos significativos, com casos como o de Eleni Soares Ribeiro destacando a vulnerabilidade das mulheres online. Eleni, uma empresária e influenciadora digital, teve suas fotos divulgadas em um site de prostituição sem seu consentimento, o que resultou em abordagens agressivas e uma violação de sua privacidade. Esse incidente, relatado pela UOL, mostra como a falta de regulamentação e controle nas plataformas digitais pode levar a situações traumáticas e humilhantes, prejudicando a vida pessoal e profissional das vítimas.
Além disso, a cultura do "sugar daddy" tem contribuído para a romantização da prostituição. Estudos como o de Maya Lâinna Soares e outros, intitulado "À Sombra da Cultura Sugar Daddy: Sites que Prometem ‘Relacionamentos com Benefícios Mútuos’ Vendem a Volta do Homem Provedor e Levam Mulheres à Prostituição", revelam como esses sites promovem a ideia de relacionamentos mutuamente benéficos, mas frequentemente resultam na exploração sexual das mulheres. Essas plataformas incentivam uma dinâmica de poder desequilibrada, onde a necessidade financeira das mulheres é explorada por homens em busca de favores sexuais, perpetuando um ciclo de dependência e exploração.
Portanto, a crescente normalização dos jogos de azar e da prostituição digital no Brasil é um fenômeno preocupante que requer uma intervenção séria. É essencial que o governo implemente regulamentações eficazes e ofereça suporte adequado às vítimas desses vícios e explorações. Sem uma ação decisiva, o Brasil corre o risco de se transformar numa nação semelhante a cubana da ditadura de Fulgencio Batista.
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Referências:
Blog do Eliomar: Assis Cavalcante fala sobre febre das apostas online e seus impactos no poder de compra.
Ribeiro, Ana Caroline Pinheiro; Borges, Pedro Pereira; Marques, Heitor Romero. A ROMANTIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO NA ERA DIGITAL. LexCult: revista eletrônica de direito e humanidades, v. 8, n. 1, p. 8-38, 2024.
O Tempo: Fatal Model fecha patrocínio com quatro equipes do Campeonato Mineiro.
Terra: Fatal Model fecha com outro e chega a oito clubes brasileiros.
Omais, Sálua. Jogos de azar: análise do impacto psíquico e sociofamiliar do jogo patológico a partir das vivências do jogador. Juruá Editora, 2009.
Universidade Católica Dom Bosco: Jogos de azar: análise do impacto psíquico e sociofamiliar do jogo patológico a partir das vivências do jogador.
CNN Brasil: Governo define regras para jogos de aposta online e “Tigrinho” pode ser autorizado.
UOL: Momentos de terror: 'Tive minhas fotos divulgadas em site de prostituição'.
Soares, Maya Lâinna et al. À sombra da cultura sugar daddy: sites que prometem ‘relacionamentos com benefícios mútuos’ vendem a volta do homem provedor e levam mulheres à prostituição. 2022.
Exatamente assim!
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