Por Emanuela de Sousa*
A quarentena me fez adiar todos os meus sonhos românticos, e me transmutou para o mundo da imaginação. Desfrutando dos desejos que não conto para ninguém.
(Somente para você).
Eu queria, mais do que nunca, ter o poder em minhas mãos para trazê-la para perto de mim, leva-la a um jantar, passearmos pela cidade fria e agitada, e dormir ao seu lado por algumas horas, ébria de...
Vinho tinto,
Silêncio,
Você,
na ponta dos meus dedos.
Latente,
Quente,
Sussurros.
Minha Lilith grita,
chamando pelo teu nome.
Teus demônios internos, todos amontoados, suplicam pelo nosso encontro.
Bailando sob o clarão da lua, brindaremos com chop e vinho.
Reviravoltas poderão acontecer, se assim essas duas almas se permitirem, se até lá o mundo não acabar, se o universo, após essa guerra passar, ser gentil comigo.
Tenho pressa, temos na verdade. Não dá mais para adiar nossos sonhos e desejos. Me sinto presa entre a fantasia e o desejo da conquista. Presa entre as vontades e tentações...
Eu quero alguma coisa que me faça esquecer que estou no tempo de espera que antecede o nosso futuro. Tomo paciência... Me reviro no colchão, ouço a playlist que acalma meu coração, leio Lygia Fagundes, me derramo de amor, e entrego tudo, aos deuses, aos astros, ao cosmo.
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*Emanuela de Sousa é poeta e escritora, natural de São Paulo do Abc paulista. Fez teatro aos 11 anos e se arriscou pela pintura e em desenhos, mas foi na escrita que se encontrou. Emanuela hoje é autora de dois livros publicados: Interrupto, sobre todas as coisas que guardei (2016) e Coração a bordo (2020) Além dos livros ela é colunista em um Portal, o Potiguar Notícias.
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