Em discurso de 18 minutos na abertura da 80ÂŞ Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou sanções unilaterais, pediu reformas profundas na governança internacional e reafirmou a soberania e a democracia brasileiras. Ele alertou que “atentados Ă soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estĂŁo se tornando regra” e classificou como “inaceitável” a agressĂŁo contra a independĂŞncia do Judiciário. Lula tambĂ©m relacionou a crise do multilateralismo ao enfraquecimento da democracia, destacando que “quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequĂŞncias sĂŁo trágicas”.
O presidente denunciou o que chamou de “genocĂdio em curso em Gaza”, criticou a omissĂŁo de potĂŞncias ocidentais e defendeu o reconhecimento de um Estado palestino soberano. “Nada, absolutamente nada, justifica o genocĂdio em Gaza”, afirmou, responsabilizando a comunidade internacional por permitir a continuidade da violĂŞncia. TambĂ©m defendeu negociações para encerrar a guerra na Ucrânia e rechaçou ações militares no Caribe, pedindo cooperação internacional contra o narcotráfico em vez de bombardeios.
Lula apresentou conquistas internas, como a saĂda do Brasil do Mapa da Fome em 2025, e reforçou o compromisso com a agenda climática, lembrando que a COP30 em BelĂ©m será “a COP da verdade”. Ao encerrar, defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da ONU e a modernização da Organização Mundial do ComĂ©rcio, sustentando que “o sĂ©culo 21 será cada vez mais multipolar e, para se manter pacĂfico, nĂŁo pode deixar de ser multilateral”.
Foto: Ricardo Stuckert / PR
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