O mĂȘs de julho trouxe novos sinais de alerta para a economia brasileira. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (12) pela Serasa Experian, o nĂșmero de empresas inadimplentes alcançou 8 milhĂ”es, contra 7,8 milhĂ”es no mesmo perĂodo de 2024. Trata-se do maior patamar desde o inĂcio da sĂ©rie histĂłrica. Entre os setores mais afetados, “Serviços” concentra 54,1% dos CNPJs negativados, seguido por “ComĂ©rcio” (33,7%) e “IndĂșstria” (8,0%).
O cenĂĄrio de juros altos tem dificultado a renegociação de dĂvidas e o acesso ao crĂ©dito. A taxa bĂĄsica Selic, atualmente em 15% ao ano, encarece os emprĂ©stimos e impede que empresas e consumidores busquem financiamentos a custos menores. Como reflexo, o volume de pessoas fĂsicas inadimplentes tambĂ©m cresceu: em julho, 78,2 milhĂ”es de brasileiros estavam com contas em atraso, um avanço de 0,37% em relação a junho. O valor mĂ©dio das dĂvidas das empresas chegou a R$ 3.302,30, com mĂ©dia de 7,3 pendĂȘncias por empreendimento.
A desaceleração da economia reforça o quadro preocupante. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre, contra 1,3% no trimestre anterior. Houve queda no consumo do governo (-0,6%) e retração nos investimentos em mĂĄquinas, equipamentos e construção civil (-2,2%). A taxa de investimento caiu para 16,8% do PIB, nĂvel considerado insuficiente para a retomada da indĂșstria e para a redução das desigualdades sociais. Especialistas alertam que, diante do cenĂĄrio de crĂ©dito caro e atividade econĂŽmica enfraquecida, a tendĂȘncia Ă© de piora na inadimplĂȘncia nos prĂłximos meses.
Com informaçÔes Hora do Povo / Foto: Marcello Casal Jr/ AgĂȘncia Brasil
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