Levantamento recente aponta que ao menos 941 postos de combustíveis no Brasil estão sob domínio direto ou influência de facções criminosas. Os dados, obtidos por representantes do setor e divulgados pela imprensa, mostram que o crime organizado atua nesse ramo como estratégia de lavagem de dinheiro. São Paulo lidera o ranking com 290 postos controlados, seguido por Goiás (163), Rio de Janeiro (146) e Bahia (103). Estima-se que os grupos criminosos estejam presentes em todas as regiões do país, utilizando laranjas, empresas de fachada e redes complexas de vínculos para driblar a fiscalização.
Especialistas afirmam que essa infiltração não é novidade, mas vem se intensificando diante da fragilidade dos mecanismos de controle e da alta lucratividade do setor. A atuação das facções não se limita à revenda de combustíveis: envolve também adulterações, fraudes fiscais e tráfico de influência em licitações. Além de movimentar bilhões por fora do sistema legal, essas práticas comprometem a arrecadação de impostos e alimentam esquemas criminosos em outras áreas, como transporte ilegal, desmatamento e garimpo clandestino.
O impacto direto dessa atuação criminosa é sentido pela sociedade: a estimativa é de que o setor perca entre R$ 13 e R$ 23 bilhões por ano em fraudes, dinheiro que poderia ser revertido em saúde, educação e segurança. Além disso, a concorrência desleal penaliza empresas que atuam de forma correta, gera desemprego e afeta o preço final ao consumidor. Outro problema grave é a normalização da inadimplência como estratégia de negócios, com empresas que sonegam impostos de forma deliberada e reaparecem com novos CNPJs.
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