Até o momento, três dos quase 20 projetos anti-MST estão no Senado, com dois já aprovados pela Câmara. Esses projetos querem, entre outros ataques, aumentar penas e criminalizar movimentos como o de luta pela reforma agrária, para dificultar suas ações no campo e reforçar a defesa de latifundiários.
Propostas e impactos
Entre as propostas, estão a tipificação da invasão de terras como terrorismo, o aumento de penas para este crime, a proibição de participação em programas sociais e cargos públicos para os infratores, e a criação de uma delegacia de conflitos relacionados à posse de terra. Além disso, os projetos permitem que fazendeiros acionem a polÃcia sem a necessidade de ação judicial, o que viola tanto a Constituição quanto leis internacionais e convenções das quais o Brasil é signatário, apontam membros do MST.
Na ocasião da aprovação da lei que criminaliza a ocupação de terras no Brasil, na Câmara dos Deputados, em maio deste ano, o MST afirmou que a legislação não só é prejudicial para as famÃlias sem-terra, mas atinge diretamente as polÃticas de reforma agrária em curso no paÃs, e também futuros processos judiciais.
“A concentração de terras é raiz da desigualdade social no Brasil! As ocupações são formas legÃtimas de luta encontradas pelas famÃlias camponesas para provocar a atuação do Poder Público. Diferentemente das invasões de terra e da grilagem, práticas comuns entre os latifundiários, as ocupações buscam reivindicar um direito consagrado na Constituição Federal (art. 5º, XXIII, e art. 186), promover um benefÃcio coletivo e cobrar atitudes polÃticas dos governos. Muitos dos assentamentos que existem por todo paÃs, que produzem os alimentos que chegam à mesa do povo brasileiro, não foram dados pelo Estado, mas conquistados por meio das ocupações”, afirma o MST.
Perspectivas e crÃticas
Apesar dos esforços, a agenda enfrenta resistência. Alguns parlamentares influentes, como o deputado Orlando Silva (PCdoB) criticam o foco excessivo na pauta anti-MST no Congresso Nacional.
“Não podemos permitir que os movimentos sociais, que são fundamentais para a democracia e por conquistas para o povo, sejam criminalizados. Há 40 anos o
MST organiza famÃlias camponesas, educa crianças e adultos, é referência na agricultura familiar. Nosso apoio ao MST!”, afirmou o deputado Orlando Silva.
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Via MÃdia Ninja
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