15/11/2023

LÚCIA OLIVEIRA: Algum Dia


Urgente! No dia 25 de um mês qualquer, às 21h35, morre o desinteresse de viver, tentando mostrar que daríamos certo. Se perdem todas aquelas palavras que foram ditas num momento bobo e descontraído, evaporam todos os "não" que você já deu com justificativas incoerentes e não justificadas. Somem cada mentira à sua, que sai da boca como se fosse um ato de vitória. Você foi a pior notificação que aceitei.

Nessa noite não houve lágrimas, somente o frio que consumiu o corpo todo, numa maneira de acordar e enxergar, embora seja um pouco tarde. Mas alguém já dizia que nunca é tarde quando precisamos nos reinventar. É justamente nesse momento que preciso me reinventar. Que roupa devo vestir? E que música devo ouvir... Quais pessoas devo ignorar?

E a noite foi se criando várias interrogações, todos sem respostas. Entendo que não me acha interessante ou com uma intensidade radiante. O que não entendo é o motivo de fingir por alguns anos ou poucos meses. A mentira fez morrer algo que não votará nem mesmo em memórias. Fingir alguns dias. Não sei, mas o que sinto quando as pessoas tentam se aproximar, a desilusão dos sentimentos faz-te excluir todos os outros que tinha. Um ser sem sentimentos e sem poemas nessa vida vasta e quase infinita. Encontrar o vazio nas coisas e nas pessoas é isso, a desilusão encontrada.

O velho hábito tão sutil de querer amar a quem não o pertence e, no final, sempre fico sozinho.


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Lúcia Oliveira, acadêmica de pedagogia, tem 28 anos e reside em Sobral-CE. Gosta de apreciar livros e fazer manuscritos literários em horas vagas.

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