A deputada federal Daiana Santos (PCdoB -RS) recebeu ameaças de morte e "estupro corretivo" pelo e-mail institucional da Câmara dos Deputados. A motivação das mensagens seria a orientação sexual da parlamentar, pois o autor das ameaças escreveu que a violência seria uma suposta "terapia alternativa para lesbianismo". Daiana registrou boletim de ocorrência na terça-feira (22/8), na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Descriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou Com Deficiência (Decrin), em Brasília.
Em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (24/8), Daiana repudiou os ataques. "Eu quero deixar bem registrado que não existe correção para aquilo que não é erro, que não existe cura para o que não é doença", pontuou. Daiana também destacou que agosto é o mês da Visibilidade Lésbica e relembrou que outras mulheres parlamentares também foram vítimas de ameaças semelhantes.
Após ser ameaçada de estupro, a viúva de Marielle Franco, a vereadora Mônica Benício (Psol-RJ), registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Rio de Janeiro, na terça-feira (22/8). "Uma das maiores violências que poderia receber, justamente no mês da Visibilidade Lésbica", comentou a vereadora sobre o episódio.
Outros casos
Além de Daiana e Mônica, as deputadas estaduais Rosa Amorim (PT-PE) e Bella Gonçalves (PSOL-MG), além das vereadoras Iza Lourença (PSol-MG) e Cida Falabella (Psol-MG) também receberam ameaças de "estupro corretivo". Pelas redes sociais, a deputada Bella Gonçalves afirmou que sofreu ameaça de morte na tentativa de forçá-la a deixar a atuação na política. "Em uma semana, recebi em meu email institucional duas mensagens de ódio com ameaças. A primeira foi feita por e-mail no dia 8 de agosto e faz referência direta a minha sexualidade, exigindo que eu renuncie ao cargo, ou do contrário, sofreria um atentado", contou a parlamentar.
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