Por Diego Silva*
PS | “Quantos Abismos Cabem na Alma” é o seu terceiro livro. Como é para você chegar na sua terceira publicação mantendo a pegada e a intensidade que já lhe é característico? Exige muito esforço ou já faz parte da alma?
Emanuela Sousa | Para mim é bastante gratificante. Todo autor tem seu próprio estilo, a pegada precisa ser única. Olhar para trás e ver que continuo escrevendo com o mesmo estilo do primeiro (livro) me traz uma sensação de alívio, que algo que não me foi tomado. Espero continuar a escrever nessa linha.
PS | Seus escritos contam muito sobre experiências pessoais, principalmente em relação à vida emocional. Você traz isso de si ou também de experiências de outras pessoas?
Emanuela Sousa | Trago um pouco dos dois. Em "Coração a bordo", eu também peguei um pouco emprestado relato de outras pessoas, só não citei nomes. Neste não foi diferente, contei experiência de amigos que passaram por apuros na pandemia e perderam entes queridos, por exemplo.
PS | O azul ciano da capa de “Quantos Abismos Cabem na Alma?” é uma novidade. Quais significados ele tem além de simbolizar muito a melancolia?
Emanuela Sousa | Se tornou bastante curioso para as pessoas quando viram a capa pela primeira vez… estudei psicologia das cores na faculdade e sempre entendi o azul como uma cor que desperta uma ótima sensação, além do poder da reflexão. O objetivo do livro é justamente fazer as pessoas pensarem, refletir. Em algum lugar lembro de ter lido que azul ciano é uma cor que desperta um pouco de melancolia, e anotei num caderninho. Quando a editora perguntou como eu queria a capa, não imaginava o livro com outra cor a não ser essa.
PS | Indo para outras searas, queria saber. Quais as dificuldades que jovens escritores como você tem enfrentado no mundo literário onde a competitividade desenfreada privilegia sempre aqueles que já tem renome dentro desse mercado?
Emanuela Sousa | É uma luta constante de tantos escritores. Hoje temos a redes sociais que nos ajudam bastante a divulgar nosso trabalho, e mesmo assim não é um trabalho garantido. Não temos a garantia que todos os exemplares serão vendidos. Precisamos dar a cara a tapa, chamar a atenção das pessoas. Também sinto hoje uma dificuldade enorme de trazer as pessoas a lerem, muitos já não tem mais o hábito da leitura, preferem leituras rápidas, informações curtas. É realmente bastante trabalhoso. Estimular a leitura e vender o seu produto são duas missões dos escritores.
PS | Voltando a falar de seu novo livro diga para nossos leitores quais são as suas perspectivas futuras em relação à obra? Digo, acredita que pode ser seu livro mais difundido?
Emanuela Sousa | Eu não diria um livro difundido, mas um livro diferente dos anteriores, que trouxe um gás. Eu jamais teria a maturidade de antes para escrever. Ninguém imaginava que passaríamos pela pandemia e por tantos altos e baixos nos últimos dois anos e isso acabou resultando em um livro de experiências marcantes, que eu não tenho vergonha de contar.
PS | Para encerrar, fale quem é a Emanuela Sousa?
Emanuela Sousa | A Emanuela é alguém que sonha, que tem os pés no chão, contrapartida vê a vida em uma outra visão de ótica, mais humana. A Emanuela é alguém que usa a escrita como refúgio, assim como tantos artistas. Adora música, cinema, curte ficar sozinha, lendo, em algum lugar, acompanhada de uma xícara de café, para ela a felicidade mora nesses momentos de solitude, fazendo o que gosta.
PS | Desde já agradecemos muito a sua disponibilidade nessa entrevista.
Emanuela Sousa | Eu que agradeço, Diego! O Pasquim me abre as portas e nos oferece muitas oportunidades, muito obrigada!
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*Sociólogo e editor do Blog Pasquim Sobralense
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