03/12/2022

THALIA TORRES: O Amor era Roberto e a Saudade Erasmo

Por Thalia Torres*


De todos os amores da vida do Rei, sempre existirá um que sempre esteve inerente á todos seus outros amores, de todos os seus detalhes, até os erros do seu português ruim. Entranhado em viva carne crua, para além do horizonte, para além das curvas da estrada de Santos, da vida, do tempo e da memória.

Erasmo foi para o Rei, mais que um contrato tácito não consaguíneo, mas o amor mais genuíno que lhe acometeu. Das lembranças que o rei traz na vida, Erasmo é a saudade  que por ironia, o rei abdicou em ser. Erasmo era a verdade certa das horas incertas, em cabeça de homem e coração de menino, era aquele que estava ao seu lado em qualquer caminhada. 

Erasmo era amor, a saudade Roberto.....

O Tremendão e o rei não eram dois universos alinhados unicamente pela música. Uma vez, Erasmo disse a Roberto que o homem é aquilo que ele faz, e esses dois eram aquilo que significavam juntos no tempo, nas canções que fizeram pra si. Pois sem Erasmo, o rei ficará diferente, o mundo desalmado, e sua alegria, fica triste.

Erasmo foi para Roberto, o seu amor mais antigo, o amor mais amigo que lhe aconteceu. Os dois juntos, a mais intensa história que alguém já escreveu, e, é por essas e outras, que a sua saudade faz lembrar, de tudo outra vez, e as mesmas emoções sentindo. Erasmo se foi, e assim um renascer, morrer não será o fim. 

Vida longa a jovem guarda.....

Erasmo foi para o rei o avesso de uma dor, estavam unidos por ela, sempre estiveram juntos nos traumas dos divãs-da-vida, vivendo dessas recordações que matam, que fazem chorar, como diria Fernando Mendes. Erasmo sempre será aula de dor, no osso do cavilho-da-alma de Roberto, lhe ensinando tanto do mundo. 

O retrato de do Erasmo ainda ficará vivo na parede, meio amarelado pelo tempo, mas vivo, como o quadro que lhe dói mais. É preciso saber o rei viver agora que nada disso tem valor. Pois de que vale o paraíso sem Erasmo, sem amor? 

Falando sério....

Erasmo e Roberto juntos renasceram e revolucionaram o mundo, tal como Marx e Engels, Che e Fidel, eram a dupla tinta-caneta do amor, indivisível. Não há como pensar em Roberto sem antes não pensar em Erasmo, os dois serão uma película fina sobre o tempo e sobre todos, para todos os outros amores que decantavam, sem nada a perder. 

Diria Roberto que quando se ama alguém de verdade, esse amor não se esquece, que o tempo passa, tudo passa, mas no peito, o amor permanece. No entanto, a saudade atormenta. O rei nunca imaginou que houvesse num mundo o amor desse jeito, do tipo que quando tem não se sabe, se cabe no peito. Mas ele, pode dizer que sabe o que foi ter um amor de verdade, Erasmo será um amor assim pra sempre, pra eternidade. Por ele, um amor infinito, o maior e mais puro que existe.

São assim os amores sem limite....

Erasmo e Roberto, Roberto e Erasmo estarão sentados á beira de um caminho que não tem mais fim, nos botões da blusa, nos lençóis macios-da-vida, travesseiros soltos pelo chão, braços que se abraçaram, bocas que murmuravam palavras, letras e canções de amor.

Enquanto se procuram....

Num dia vestido de saudade-viva, faz ressuscitar, hoje sem Erasmo, chove lá fora, a capa pendurada, e aquela blusa que um dia usaram, num quanto qualquer, ali eternizada. Para o rei não adianta, Erasmo! Tanta coisa sem você! 

Cartas já não adiantam mais...., precisa ouvir a sua voz, vai telefonar dizendo que está quase morrendo de saudades de você! E todos estamos, Tremendão! Como foi grande o nosso amor por você! 

Como dois e dois, o amor perfeito, o bom companheiro que tantas vezes provou ao coração, ser um grande guerreiro, que dos momentos difíceis na vida, foi a palavra de força, de fé e de carinho.

 Viva Erasmo, viva Roberto!

 Permanece o amor, se vive a saudade.

Força ao Rei, Erasmo continua além, muito além, onde se possa encontrar a natureza, alegria e felicidade com certeza! Com flores festejando mais um dia que vem vindo!  Erasmo se foi com a certeza de que pediu pouco e teve muito desse mundo. Roberto não pediu muito do mundo e teve Erasmo, portanto teve tudo!

Roberto aprendeu ás duras penas da vida, que pouco tempo é muito, quando se está longe de Erasmo, mas diria Roberto, que são coisas da vida, e o que o que fazemos da dor, são choque de opiniões. Da janela agora, Roberto ver um horizonte de névoas, Erasmo um lugar bonito pra viver em paz na eternidade de sua arte. 

Aqui a história se subverte, o amor Erasmo, o Roberto saudade!

_

*Thalia Torres (Lia), graduanda em Ciências Sociais (licenciatura) pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais lida da semana