Por Thalia Torres*
Com a frustrada tentativa de golpe institucional (de Estado) e de ameaças do senhor presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no dia 7 de setembro de 2021, nos faz refletir a ausência de força política que começa a diluir-se sob os assombros do tempo e da biopolítica brasileira.
Sem apoio institucional, sem base política, sem projetos, seu mandato mais parece socos ao vento, no espelho moral de tempos sombrios. Sua projeção política parece sentir-se pálida, enfraquecida. De modo que este (governo), agora se pendura sob ás pilastras contidas pelo morfo e poeira da imoralidade que se esconde atrás da costa-estante de seus falsos profetas do patriotismo á brasileira.
O presidente incita, incendeia a chama latente do fascismo, insulta e rompe com as barreiras contingentes das paredes democráticas, ameaça golpe de estado, recua, liga para o então golpista e investigado por corrupção Michel Temer, marca um almoço na estratégia de tentar 'estancar a sangria' para reparar os furos de fuzil que agora abalam ás paredes dos três poderes, de tentar conter a euforia de seus famigerados apoiadores.
Sem sucesso, isolado e sem o apoio de seus seguidores com síndrome de Peter Pan, Jair Bolsonaro agora é uma fina película, uma cavilha redonda num buraco quadrado não obstante do ordenamento lógico-político brasileiro. Seu fascismo incendiou, alardou e cremou a chave do portal de entrada de sua apoteose e, de repente, a terça de glória, ruminou-se na quarta-feira de cinzas de sua história, da história desta nação, das instituições do estado democrático de direito, e de todos os brasileiros e brasileiras.
Numa descabida e desorganizada articulação política, na tentativa de um esclarecimento sobre suas declarações públicas proferindo a legitimidade do poder público de poder judiciário, o presidente sem pernas, ainda trêmulo e manco, envergonhado, mas contudente do golpe, liga para o ministro Alexandre de Moraes (STF) e busca tentar um escape para fugir do caçapo político e de uma futura pressão por impeachment na corte.
Acuado, e sem saída, tudo o que o senhor presidente conspirador ainda tem é sua 'contudente' postura autoritária e mandonista, e Arthur Lira (Presidente da Câmara dos Deputados/poder legislativo) e de base aliada de Bolsonaro. De modo que este, comportou-se de modo indiferente às ameaças do autoritário de calça quadrada (o presidente) provocando a doce ilusão de que resta uma influência de sua pessoa física, já que sua pessoa política já se fragmentou sob os escombros do tempo de 28 anos de inutilidade e desserviço á vida pública.
O golpe fracassado do presidente caiu em ouvidos surdos, e provocou uma variante política que entrará em mutação na qual Bolsonaro não está imunizado, o maquiavelismo de sistema. E logo sua vida política entrará em mar de lamentações e água fétida, porque se cheira a Maquiavel, fede. De modo que, negociar ou lotear cargos e poder retalhando a máquina pública com ratos do centro (o centrão) da política é nada, sem cintura e jogo político. Isto dito, este se transforma num maquiavelismo de primeira viagem e disléxico, funcional e intransigente.
Bolsonaro produziu um fascismo manco e tudo o que agora irá respirar, serão ás toxinas do Apogeu acinzentado pelos estigmas de um fascismo pouco didático, impopular e degenerativo.
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*Thalia Torres (Lia), graduanda em Ciências Sociais (licenciatura) pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA.
O malogro eleitoral da necropolitica, destrinchada hoje, após as eleições. O texto reflete uma tipologia de "existencialismo político", nesse caso, apolítico.
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