O senador Cid Gomes conhece como poucos a atividade do serviço público. No motim dos policiais em 2020, o senador cearense ficou indignado ao ver uma cena pouco comum: policiais militares encapuzados circulando em viaturas da PM, mandando fechar o comércio e ordenando a população para ficar em casa na cidade de Sobral, sua terra, onde foi prefeito e nasceu para a vida pública. Cid tentou negociar a saída dos mascarados e parou a retroescavadeira no portão da unidade militar. Ele não sabia que era vítima de uma emboscada. Pediu para os mascarados liberarem o quartel E foi recepcionado a tiros. O Ministério Público descobriu que Cid Gomes era para estar morto, após rastrear os telefones dos 33 policiais encapuzados que participaram do motim. O caso, pela gravidade, deverá levar ao banco dos réus todos os envolvidos que podem ser expulsos. Os coronéis também serão punidos.
O senador Cid Gomes continua com as balas alojadas no seu corpo e não fala sobre o atentado respeitando as investigações. Exames semestrais feitos pelo senador monitoram as balas dentro do seu corpo.
A desordem na Polícia Militar do Ceará é mantida por um grupo político que insiste em usar a PM como passaporte eleitoral. As entidades sindicais e associativas dos policiais militares estão contaminadas, dirigidas por ex-policiais que desejam não ajudar a polícia, mas conquistar mandatos públicos e lucrar com as crises geradas nos motins.
O governador Camilo Santana tem muito mérito nos resultados das investigações em andamento sobre o motim de 2020, uma das mais violentas ações por parte de grupos criminosos dentro da polícia militar. Além desses 33 policiais mascarados de Sobral a serem julgados, outros policiais lotados em Fortaleza devem ser punidos com a expulsão dos quadros da PM.
Vale registar o papel profissional e corajoso dos promotores de justiça do Ceará que seguem apurando os fatos ocorridos em fevereiro de 2020 com rigor e isenção. Não é fácil provar os crimes promovidos por quem tem fé pública para portar arma e abordar a sociedade para impedi-la até mesmo de falar, por conta da farda. As investigações seguem e devem ser concluídas em breve.
A Polícia Militar do Ceará, segundo o governador Camilo Santana, é composta de grandes homens, com boa formação e serviços prestados. A instituição, por conta do envolvimento político de ex-oficiais e praças na política, parou com o alto desgaste na sua imagem, agora em recuperação a partir do trabalho do secretário de Segurança Alexandre Caron e do seu comandante, coronel Marcio Oliveira.
A transparência do Ministério Público do Ceará em divulgar os resultados das investigações, expondo a sociedade militares que vão para o lado da bandidagem, pode ajudar a promover um bom e amplo debate. Cabe aos aplicadores da lei punir com rigor o envolvimento de militares da ativa em greves, motins e movimentos que prejudiquem a população. Sem polícia, a sociedade fica sem proteção.
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Via Blog do Roberto Moreira
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