Dona Angélica, mãe, trabalhadora do lar e agora chefe de família. Vê-se num pandemônio. Filho desempregado, marido inválido, filha gestante e abandonada pelo "marido". Dona Angélica se desdobra. Virou "empreendedora" e vende lanche na porta da fábrica onde seu filho um dia trabalhou. Reza, faz promessa e sonha que tudo isso possa mudar. Para muito essa senhora que é uma personagem fictícia mas bem real em milhares de mães, pais e avós dentro desse brasilzão de meu Deus não se esforçou ou não estudou o bastante para ter algo melhor. Mas que diabos de meritocracia dribla o aumento corriqueiro da conta de energia, de água e do preço do feijão?! Onde é que se acha emprego digno que pague um salário cabível para uma farta feira mensal? Hoje isso é o retrato bruto da situação tupiniquim. Fome demais, sede demais e violência demais.
É preciso tirar coragem das entranhas para aguentar a dura realidade.
Que coragem, força e esperança não falte.
Diego Silva
Imagem: Retirantes é um quadro de Candido Portinari, pintado em 1944 em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
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