03/12/2020

Emanuela de Sousa: A lenda dos fios vermelhos e Conexão

Por Emanuela de Sousa*

Há uma teoria oriental que diz que desde o dia do nosso nascimento,  temos um fio vermelho invisível que se conecta à pessoa que amamos, chamada de Akai ito (Fio Vermelho do Destino).

Este fio invisível que fica amarrado na ponta do dedo ou no calcanhar, unindo- os segundo a lenda, pode se embaraçar, dar nós, mas nunca irá se quebrar. Por mais distante que estejam um do outro, o destino cedo ou tarde, os colocará  frente à frente. E mesmo que com o passar do tempo rompam-se o contato, o fio invisível permanece interligando um ao outro. 

Já faz alguns anos que li sobre essa teoria, e me desafiei por diversas vezes, à questionar quem está na outra ponta do fio. Lembrando que amigos de longa data e pessoas queridas não passam despercebidos nesta história. Levamos conosco, por muitos anos, pessoas que não esquecemos, paixões viscerais e que por mais distantes que essas pessoas estejam (não só geograficamente falando mas num todo) sentimos que elas estão conectadas à nós. Seja você cético ou não, acredite que o fio Akai nos leva ao encontro dessas pessoas. 

Sendo assim, esses dias descobri que você e eu estamos de alguma forma, unidas à este fio. Você numa ponta e eu na outra. Tenha certeza que este fio que nos atravessa de uma cidade para a outra mantém nossos laços reforçados. 

Porque nós ainda precisamos uma da outra. 

Na noite passada eu tive essa certeza, quando fechei meus olhos e vi teu semblante. Abracei o travesseiro na tentativa de consolar a saudade. Minutos depois ao checar o celular, havia chegado mensagem sua às 2hs da manhã... Foi aí que me dei conta que estamos unidas por uma conexão poderosa de afeto e carinho no meio do embaralhado, dos nós, que nós mesmos criamos em razão de nossas diferenças.

Sei que teus olhos ainda me procuram em meio à escuridão, tua sensibilidade grita (eu a escuto).
Sei que de alguma forma me encontro dentro de você. 
E você ainda está em mim.

Por isso, não questione o que sinto por você, não se torture, 
Não seja tão arisca...
Se ainda há fios entrelaçados em nós, há amor, há esperança. 

Ainda iremos nos ver? Se sim, é o destino quem irá me levar até você. Já não temo as incertezas, não tenho mais medo, sigo conviccta 
pós estudar sobre esta teoria: 

Eu ainda irei te ver sorrir, ainda irei ver o sol chegar diante dos teus olhos.



*Emanuela de Sousa é poeta e escritora, natural de São Paulo do Abc paulista. Fez teatro aos 11 anos e se arriscou pela pintura e em desenhos, mas foi na escrita que se encontrou. Emanuela hoje é autora de dois livros publicados: Interrupto, sobre todas as coisas que guardei (2016) e Coração a bordo (2020) Além dos livros ela é colunista em um Portal, o Potiguar Notícias. 

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